sábado, 27 de junho de 2009

Mente na Terceira Idade

Educação permanente traz bem-estar ao idoso
por Elisandra Vilella G. Sé

Até pouco tempo atrás, a universidade era espaço destinado prioritariamente aos jovens, o futuro do país. A grande demanda do envelhecimento populacional, com o aumento da longevidade, refletiu na tomada de consciência por parte dos programas educacionais, de que a educação poderia ser um processo permanente, contínuo e aberto a todas as idades, embora a universidade sempre estivesse aberta a todas as pessoas. Recentemente, a educação, sobretudo as universidades, têm dado atenção ao fenômeno do envelhecimento e à inclusão das pessoas mais velhas em seus programas de educação permanente.
A educação permanente propicia às pessoas uma adaptação social, o aprendizado contínuo e oportunidades para buscar o seu bem-estar físico e mental. Por meio da educação permanente, os programas educacionais destinados às pessoas idosas nas Universidades Abertas à Terceira Idade têm possibilitado um grande número de pessoas adultas e idosas à atualização, aquisição de novos conhecimentos, participação ativa em atividades culturais, sociais, políticas, de saúde e de lazer.
A participação de idosos nesses programas tem despertado a grande maioria dessa camada da população para a tomada de consciência do envelhecimento ativo, do alcance de um envelhecimento bem-sucedido e da boa qualidade de vida na velhice. Nos programas de educação permanente, destinados aos idosos, o trabalho em conjunto de aluno-professor, impulsiona-os para o aprendizado mútuo, recíproco, em que o professor e o aluno, juntos, dividem expectativas e ansiedades, descobrindo formas de vencer preconceitos e enfrentando desafios impostos pela sociedade às pessoas mais velhas. As Universidades Abertas à Terceira Idade foram criadas para ser um espaço destinado à educação permanente das pessoas idosas. Porém, pessoas de outras faixas etárias, como sendo da maturidade, ou seja, com idades abaixo de 60 anos, também têm participado ativamente dos programas das Universidades para a Terceira Idade, principalmente pessoas que quando jovens não tiveram acesso à Universidade, pessoas aposentadas, livres de suas responsabilidades de criação dos filhos ou do trabalho rotineiro.

Artigo sobre Educação na Terceira Idade

http://www.unati.uerj.br/tse/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-59282001000100004&lng=pt&nrm=iso


VALE A PENA LER!

Educação para respeito da terceira idade



A 'importância dos idosos'


Egle Aparecida Picolo Balançuelo


Na falta de uma lixeira, já diz o velho ditado: 'Não tem tu, vai com tu mesmo'


"As Secretarias de Estado da Educação e do Desenvolvimento Social fecharam uma parceria para que todos os alunos dos ensinos fundamental e médio recebam informações e aprendizado sobre a chamada terceira idade. Ainda este ano, os professores da rede pública estadual serão capacitados para tratar desse assunto com os alunos. O objetivo é que os estudantes aprendam a valorizar a terceira idade e saibam sobre a importância dos idosos para a sociedade".
Cabe um esclarecimento: idoso é sinônimo de aposentado. E aí, a primeira pergunta que se deve fazer é a seguinte: governo é sociedade? Se for, já surge aqui uma primeira contradição. Ninguém se importa menos com os idosos e os aposentados do que o próprio governo. Está aí um governo que, por suas ações - ou melhor, omissões - prova que não respeita os aposentados. Apesar disso, e disso conscientes, e por estarmos sempre dispostos a ajudar, a colaborar (essa eterna mania de educador!!!), gostaríamos de sugerir um conteúdo programático para esse treinamento.
Sugerimos que se exija de todos os professores a leitura das obras de Jonathan Swift, escritor inglês do século 17, autor de "As viagens de Gulliver". Dessas obras, em especial o texto em que ele descreve a solução fantástica que os habitantes de uma ilha imaginária descobriram para acabar com a pobreza: matar os pobres. Algo semelhante ao que se faz com os idosos e os aposentados no Brasil, só que aqui a coisa é mais sutil, mais disfarçada. Tratar o idoso e o aposentado daquela forma seria cruel, sem dúvida, mas também mais sincero e menos demagógico. Hoje, na verdade, parece que a maneira mais segura de melhorar a aposentadoria é morrer mais cedo.
O governo fala da importância dos idosos para a sociedade, ao mesmo tempo em que os exclui dos reajustes salariais e dos benefícios das reestruturações de carreiras, o que concorre para o seu crescente e contínuo empobrecimento. No magistério, os aposentados foram excluídos do reajuste salarial, do bônus e de todas as gratificações: por atividade de magistério, por trabalho educacional, de função e de representação. Em resumo, nega-se aos aposentados o direito a uma vida com um mínimo de qualidade. O governo que enfatiza a importância da discussão das questões sobre o envelhecimento é o mesmo que oferece aos aposentados um péssimo serviço de saúde, obrigando-os a correr para os caríssimos e proibitivos planos de saúde privada. O governo que ressalta a importância da valorização da terceira idade é o mesmo que faz o possível e o impossível para impedir ou adiar a aposentadoria dos educadores. É preciso que esse governo seja lembrado de algumas premissas básicas. Os aposentados não querem apenas reconhecimento; eles exigem respeito aos seus direitos. Os aposentados não querem ser valorizados em cursos e treinamentos; eles exigem respeito no seu dia-a-dia. Os aposentados não querem privilégios; eles exigem respeito à sua dignidade.
Enquanto essas premissas não se concretizarem, os idosos e os aposentados agradecem, mas dispensam aulas e palestras sobre sua importância, assim como as parcerias para capacitação sobre a terceira idade. Porque, nesse contexto, sabem eles que tudo isso é mera demagogia. Os aposentados sabem muito bem que, na verdade, eles não são importantes para o governo, nem são respeitados por ele. Essa perfumaria que o governo agora alardeia - uma parceria para tratar da importância do idoso - não passa de demagogia barata. Todos os recursos que serão desperdiçados com esses treinamentos, aulas e materiais deveriam ser convertidos em proventos, gratificações e bônus para os aposentados. Teriam melhor destino e uso. E, como um exemplo vale mais que mil palavras, com essa atitude o governo estaria mostrando respeito aos idosos, aos aposentados, reconhecendo e valorizando a sua importância social.